segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Grande Show do Paul McCartney no Morumbi


Encerrado o show, por volta de meia-noite e meia, o público da pista começa a caminhar lentamente em direção à saída. Sem tumulto, sem barulho, sem empurra-empurra. De repente, alguém começa a cantar o refrão de “Hey Jude”. “Na, na na na na na, na na na, Hey Jude”. Em instantes, milhares de pessoas estão caminhando e cantando juntas o sucesso dos Beatles, com que Paul McCartney encerra o show, antes da longa sequência de bis.
“Na, na na na na na, na na na, Hey Jude”. Como torcedores do time vitorioso, que cantam o hino do clube na saída do estádio, a plateia deixa o Morumbi em êxtase, repetindo o refrão como um mantra. Cena rara e bonita.
Outros momentos de devoção me impressionaram. Quando Macca tocou os primeiros acordes de “The Long and Winding Road”, um sujeito nos seus 30 anos, em pé atrás de mim, avisou à namorada e ao amigo: “Vou desidratar, velho”. E começou a chorar feito criança.
No momento da homenagem a George Harrison, com “Something” cantado em coro por 64 mil pessoas, um homem ao meu lado, mais de 40 anos, derrete-se: “Meu, isso é uma experiência divina”.
Amigos dançam abraçados, pulando feito crianças. Gente com mais de 60 anos se esgoela, casais choram… Não me lembro de ter visto nada parecido em um show de rock.
Assisti da pista, a mais de 100 metros do palco. Macca era um pontinho azul lá longe, mas conseguia vê-lo muito bem nos dois telões colocados no Morumbi. Em outras situações, diria que teria sido melhor ver o show pela televisão. Mas aí teria perdido este comovente espetáculo proporcionado pelo público.
Apesar do preço extorsivo do ingresso (R$ 300, mais taxas), do cachorro-quente mal esquentado em micro-ondas a R$ 8, do pacote de batata frita a R$ 6, da cerveja em lata a R$ 5 e da confusão na entrada do Morumbi, valeu a pena. Um show inesquecível.

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