quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

#120 Resenha - A rainha negra (Jumata Emill)

Nova Albright, a primeira rainha negra do baile de volta às aulas do Colégio Lovett High, foi assassinada na noite da coroação. Seu corpo é encontrado no cemitério onde costumavam enterrar os escravizados da cidade. Mas, na noite do crime, um vídeo se torna viral. As imagens mostram Tinsley McArthur, a garota branca, linda e rica que disputou o título com Nova, afirmar que deveria ter matado a concorrente e deixado o corpo no lugar onde ele de fato foi encontrado. As suspeitas recaem sobre Tinsley. Na escola, todo mundo sabe que a garota faria qualquer coisa para ser coroada. E Duchess Simmons, a melhor amiga da Rainha Negra, é a pessoa que tem mais certeza sobre a culpa de Tinsley. Ela acredita que a garota branca é privilegiada o suficiente para achar que pode sair impune do crime. Mas Duchess precisa enfrentar outro problema: seu pai é o primeiro capitão negro da polícia da região e se vê de mãos atadas diante da burocracia e da politicagem da instituição. O que significa que Tinsley pode mesmo se safar da acusação. Quando a menina pede que Duchess a ajude a provar sua inocência, ela aceita. Mas Duchess só tem uma coisa em mente: fazer justiça pela vida de sua amiga. Nem que para isso precise se aproximar de quem acredita ser a assassina. Ela só não imaginava que a investigação começaria a revelar segredos sobre o passado de Nova. Segredos que podem mudar tudo. Afinal, quem era de verdade a Rainha Negra?

Se eu tivesse que escolher apenas uma palavra para definir esse livro, ela seria: ódio. Não. Eu não odiei o livro, pelo contrário, eu gostei. Mas a quantidade de ódio que tem em quase 100% dos personagens é muito grande. É super normal ter personagens em que o vilão seja mau, porém até as pessoas "inocentes" tinha um pouco de ruindade dentro delas. Teve até uma frase do livro que resume bem o que eu penso sobre o tema como um todo: "O ódio faz coisas com a gente quando nos apegamos a ele por muito tempo. Pode nos transformar exatamente naquilo que aprendemos a detestar." Sim, o ódio é um veneno. E se você não for capaz de quebrar o ciclo e fazer diferente, não haverá mudanças, apenas olho por olho.

O autor aborda sobre a questão racial, fake news, e o poder que as mentiras tem na vida de pessoas inocentes.

Sobre a escrita: achei ela muito bem feita, sem enchimento de linguiça, repetição de assunto e direta ao ponto. Gostei que o autor usou elementos e casos reais da nossa atualidade, como redes sociais conhecidas como o Tik Tok e o caso do George Floyd. Coisas e assuntos que conhecemos e que fazem parte do nosso dia a dia da um tom de realidade pro enredo, até parecia que eu estava lendo uma história 100% verídica.

Sobre os personagens: foi uma mistura de chatice, pena, raiva e compaixão. Tinha vezes que eu começava a bufar com certas atitudes e palavras, outras vezes eu me colocava no lugar do personagem e sentia empatia. O autor soube bem como escrever de um jeito que mexesse com meus sentimentos.

De modo geral, achei um ótimo livro contemporâneo. Uma história super possível com um pano de fundo totalmente atual.

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